quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Pachamama

"La Alegría de la Pachamama"
Painted by: Carmen Alvarez Daza
Agosto, mês de Pahamama
Agosto é mês de Pachamama no Peru, na Bolívia, no Equador e nas regiões selvagens do noroeste da Argentina.
Pachamama, a Mãe Terra dos povos incas e quechuas.
Pacha”, em quechua é Universo, Mundo, é o Tempo e o Espaço onde se desenrola a Vida. “Mama”, é Mãe.
Pachamama é a divindade que gera todas as coisas, os seres, a mata, as sementes... tudo existe primeiro no seu Útero. A Terra é seu Corpo e tudo que está sobre ela é manifestação, é Presença Divina.
Pedras, rochas, grutas, são tesouros escondidos, jóias preciosas deixadas aqui e ali pela Deusa para sinalizar Lugares Sagrados. Neles, a Mãe Terra se abre e se expõe.
Dizem também que, no início dos tempos, quando os seres viviam próximos aos Deuses, as festas que celebravam os tempos do plantio e das colheitas eram momentos únicos, especiais.
Porque durante estes Tempos Sagrados, a Mãe Terra se abria, pronta para ser fertilizada pelos Espíritos do Céu.
A tarefa das pessoas, era ajudar os Deuses a se unirem, com oferendas, presentes, sacrifícios.
E assistir, em cada ato da vida, à representação do Casamento Divino.
Com o tempo, a Mãe Terra foi assumindo o rosto de outras “Mães”.
Contam, que ela está por trás da devoção à Virgen de Salta y Jujuy, na Argentina, a quem os fiéis oferecem ainda hoje comida e vinho.
Mas não é só ali que o Ritual se repete, sempre em agosto.
Peruanos e bolivianos também compartilham o costume da “challa”. A palavra quer dizer verter, derramar, regar. Incorpora a idéia primordial de “reciprocidade” dos seres humanos em relação aos Deuses.
Afinal, é preciso agradecer a Pachamama pelas Bênçãos da Terra, pela vida renovada a
cada ano.
E o ritual consiste em derramar na Terra um tantinho de "chica", um tipo de aguardente de milho, ou em enterrar um pote com comida no jardim.
Eu agradeço a querida Pachamama por ter me levado à Montanha e me dado o Espaço Sagrado, para que com os meus pés na Terra possa celebrar os Tempos Sagrados.
E neste Agosto com sabor de uva pisada, quando o Deus Sol já iniciou o caminho de retorno, trazendo a Luz e o Calor que faz brotar as sementes no útero de Pachamama, eu derramarei seu sangue doce em gratidão à vida.

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