"Procura ser feliz ainda hoje, pois não sabes o que te reserva o dia de amanhã. Toma urna taça cheia de vinho, senta-te ao clarão do luar e monologa: Talvez amanhã a lua me procure em vão"
Omar Khayyam
O Vinho é um dos mais antigos assuntos da literatura.
Nela ocupou lugar de destaque em todas as eras.
Porém, como disse L.F. Veríssimo:
"Já se disse mais bobagem sobre vinhos do que sobre qualquer outro assunto, com a possível exceção do orgasmo feminino e da vida eterna".
Para não engrossar estas fileiras. Vamos nos ater ao essencial.
O vinho pode ser visto sob diversos ângulos:
Como um poderoso e saudável alimento; como um produto comercial, que tem um preço e deve dar lucro; como uma mera bebida alcoólica que se bebe para se ficar bêbado; como símbolo de status, sofisticação e esnobismo; como história líquida que acompanha a espécie humana desde os primórdios da civilização; e como fonte inesgotável de prazer e descobertas.
O vinho é tudo isto, então vamos falar sobre todos estes aspectos.
A ideia, é transmitir uma maneira de pensar e ver o mundo.
Não estamos falando de enologia, mas de filosofia, ou é melhor dizer Enosofia!
Alguém ainda desconhece o quanto a alimentação afeta o comportamento?
A escolha do alimento é uma escolha existencial pela qual se chega a construção de si mesmo.
O problema dietético é apolíneo (e logosófico): é a arte do escultor de si mesmo.
"Pensamos , sonhamos e agimos segundo o que bebemos e comemos".
Marinetti.
"O homem não é mais artista, ele é a própria obra de arte".
Nietzche.
O regime é toda uma arte de viver.
Também uma maneira de sonhar, de fantasiar.
A dietética informa sobre o que gostaríamos de ser.
O papo está muito cabeça?
Não se preocupe. o objetivo é dismistificar e disseminar conhecimentos, e não ditar sabedoria, mas mostrar a lógica do vinho, o porquê das regras, para que conscientemente se desenvolva o paladar .
Vamos, com bom humor e joie de vivre colocar a sofisticação do vinho ao alcance de todos.
Vamos tira-lo do pedestal e colocá-lo na taça e na goela.
Devemos nos lembrar que o objetivo final do vinho é emocionar quem está bebendo.
Portanto não dê atenção aos rótulos e deixe que o vinho cumpra a sua função.
Tornar-se um virtuoso na arte de beber vinhos, é encher a vida de saúde, gostos, aromas e alegrias que certamente serão compartilhados com muitos amigos.
Vinho é simplesmente o suco da uva fermentado, nada além disso.
Vinho de outras frutas não é vinho, vinho é do fruto da videira.
Dizem que o vinho surgiu por acaso.
Para que o vinho surja, basta espremer as uvas e esperar.
E assim deve ter surgido, espontaneamente em algum recipiente, aonde as uvas tenham sido amassadas e deixadas ao acaso.
O vinho é uma bebida de congregação.
Motiva a reunião de pessoas em torno de uma garrafa.
O vinho tem o poder de aglutinação.
Três fatores identificam o "Bom Vinho".
1 - O que melhor se adapta a gosto pessoal.
2 - O que melhor se adapta ao bolso.
Porque o vinho tem um preço, que é impossível esquecer disso nos dias de hoje.
3 - O que melhor se adapta a ocasião (temperatura, companhia, comida, estado de espírito etc).
O Vinho pede um contexto. E é possível classifica-los como:
Os Vinhos de visita, precisam apenas do pretexto, dispensam a reputação.
São pura diversão.
Os Vinhos de conversação são para a confraternização.
São gregários, bebidos ao sabor de histórias e risadas.
E como disse o jornalista Mário de Almeida Lima:
"Deus só criou o homem pois Ele estava bebendo sozinho e o vinho exige companhia!"
Os Vinhos de meditação pedem o silêncio e concentração.
São as obras de arte líquida, uma epifania!
Para se beber de joelhos.
Portanto, precisamos apenas desenvolver o paladar, eleger o "Bom Vinho" e compartilhar.
"Por mais raro que seja, ou mais antigo
Só um vinho é deveras excelente:
Aquele que tu bebes calmamente
Com o teu mais velho e silencioso amigo"
Mário Quintana.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
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