É tempo da Lua Negra.

É tempo da Lua Negra
Baba Yaga canta para nós.

...Caminho pela floresta
e falo intimamente com os animais
Danço descalça na chuva
Danço nua
Viajo por caminhos
que eu mesma faço
e da maneira que me convém
Meus instintos e meu olfato são aguçados
Expresso livremente minha vitalidade
minha alegria natural
é o que tem de ser
Sou a selvagem e jubilosa energia vital
Venha e junte-se a mim...

Baba Yaga, Deusa selvagem do nascimento e da morte,
viaja montada em um almofariz, sob o céu da Lua negra.

Seu comportamento impetuoso e selvagem, profundo e penetrante,
pode ser interpretado como o triturador do que é exterior.

A casa de Baba Yaga apóia-se em pés de galinha e dança.
Ela é uma feiticeira
Vive na floresta do inconsciente de todas nós.

Baba Yaga nos convida a alimentar a totalidade
entrando em contato com a Mulher Selvagem.

É hora de nos religarmos ao natural, ao primitivo.
É tempo de soltar os cabelos, o corpo e sacudir a vida.

Façamos um Ritual a Baba Yaga...

Vestindo o negro, caminharemos o caminho da Lua Nova,
o desfazer da matéria formada para que possa ser remodelada,
limparemos nosso círculo com ar e fogo.

Sentadas diante do caldeirão ardente,
cobriremos nossas cabeças
com o véu negro da visão interior.

Guiadas pelo som das entranhas,
descobriremos o Portal do Labirinto de Baba Yaga.

O túnel cavado na rocha viva, no conduz
para uma trilha gasta pelos pés das que nos antecederam.
As paredes são ásperas e lâmpadas as iluminam a intervalos regulares.

Podemos ouvir vozes cantando à distância...seguimos naquela direção.
Após muitas curvas e voltas
nos encontramos à entrada de uma ampla caverna.

O teto e as paredes distantes estão ocultas pelas sombras.
No centro da caverna, podemos ver um enorme caldeirão,
longas velas alinhadas formam uma trilha que conduz até ele.

Atrás do caldeirão há um trono esculpido em rocha negra cintilante.
Sentada no trono, está a Deusa silenciosa trajando uma túnica preta,
o rosto está oculto pelo capuz.
Suas mãos pálidas seguram uma brilhante espada.

Um movimento de uma das mãos nos convida a aproximar.
Caminhamos por entre as fileiras de velas até alcançar o caldeirão.

Paradas diante da Deusa, que se ergue e puxa o capuz,
vemos um rosto de intensa força.
Ondas de imenso poder emanam dessa Deusa.

Os olhos são poços fundos de escuridão negra,
capazes de ver o verdadeiro eu.
Nada pode ser ocultado dessa Divindade da Lua Nova.

O olhar das verdades absolutas,
nos questiona o porquê de buscar por Ela.
E nós sabemos que uma visita a Baba Yaga
exige coragem e determinação.

Mas estamos realmente dispostas a entrar em seu caldeirão
e experimentar o que for necessário à nossa totalização
como o Ser que somos.

Queremos ser tocadas pela sua espada
e sermos reconstruídas a partir dos ossos.
Desejamos alcançar a Visão do que é,
conhecer o mistério dos Símbolos Sagrados.

Ansiamos por ouvir a Deusa da Lua Nova,
ser saudada por sua espada
e partir espiralando na escuridão.

Temos a consciência da Força da vibração da Lua Negra,
sabemos que Divindades dessa Lua operam mudanças drásticas,
destroem tudo que é velho para abrir para o novo.

Mas temos também a certeza, que esse é o Caminho...
e que teremos a ajuda e orientação que necessitarmos
em nosso retorno, por seres de outros planos.

Após o encontro com a Deusa, de volta ao círculo,
retiraremos o véu que permite o conhecimento oculto.

Agradecidas e acompanhadas da Mulher Selvagem,
poderemos refletir a posse da nossa Vida.

... então como Mulheres Selvagens
jubilosas da Energia Vital,

Caminharemos pela floresta,
Conversaremos com os animais,
Dançaremos na chuva...

Viajaremos por caminhos feitos por nós.
Escutaremos o que nos diz nossos instintos.
Expressaremos livremente nossa vitalidade e alegria natural...

Convidaremos outras para juntarem-se à nós.
... e será como tem que ser.

Que assim seja.